quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Diário de uma pequena viagem


Essa semana viajei pra outro estado, uma viagem pequena de menos de um dia. Não foi uma viagem a passeio, vamos dizer que uma viagem de “negócios”. Tanto tempo sem sair da minha cidade natal, tanto tempo sem viajar pra outro estado. Fiquei um pouco apreensiva pois a viagem seria madrugada a fora, mas mesmo assim segui adiante. Fui uma das primeiras a sentar. Era tão estranho ver aquelas diferentes pessoas com suas malas, travesseiros, cobertores, jeitos diferentes de se vestir, se comportar...todos indo para o mesmo destino. O ônibus segue, a noite cai, as pessoas começam a cochilar nas cadeiras, aquele friozinho do ar condicionado e eu? Bem...eu estava com muito sono, cochilava um pouquinho, depois abria os olhos pra conferir se estava tudo indo bem, sempre apreensiva. Em um desses despertar olhei para a janela e não consegui ver nada! Estava tudo tão escuro, negro, só era possível ver as sinalizações da estrada e os faróis do carro, foi então que perdi um pouco o sono e fiquei olhando fixamente para frente, ao caminho que o ônibus seguia. Mais uma vez pus-me a olhar para a janela e avistei no meio daquela escuridão uma luz que me enfeitiçava, era a lua, plena, linda, cheia! Neste momento os pensamentos começaram a vagar sobre minha mente com seus questionamentos, lembranças, desejos e conformação...e mais uma vez adormeci. A cada cidade que passávamos a luz clareava o ônibus e muitos saiam do seu sono tranquilo, inclusive eu! Até que enfim chegamos ao nosso destino a aproximadamente 2hs da manhã. Tudo ainda escuro, porém as luzes clareavam as ruas, o frio era congelante, pois mesmo usando um casaco grosso sentia o tremor tomar conta de mim a ponto de não conseguir descruzar os braços. As pessoas já estavam a nossa espera, lojas abertas, vai-e-vem de pessoas, carros, ônibus. Como essas pessoas conseguem acordar essa hora pra abrir suas lojas ou começar as compras? Não sei dizer, mas admiro a luta de cada uma, afinal eu naquele momento estava fazendo o mesmo! Compras aqui, compras ali e o número de pessoas aumentando, o sol surgindo e o frio amenizando. O cansaço chegou, as minhas compras acabaram...é hora de voltar pro ônibus! Neste momento meu corpo pedia descanso e mais uma vez adormeci. 10hs da manhã, é hora de ir pra casa! O motorista liga o motor, olhei pro lago sujo, ao lado do ônibus que estávamos, e me deparei com algo que achei estranho e ao mesmo tempo fascinante: dezenas de tartarugas nadando neste lago que mais parecia um esgoto! Como elas conseguiam sobreviver naquele ambiente? Não sei! Mas era incrível como elas estavam bem ali. O ôbibus segue viagem. Saímos da cidade e voltamos para a estrada. Pelo caminho de volta uma visão bem diferente da ida. Ao invés daquele escuro aterrorizante que não me mostrava nada ao redor, vislumbrei os campos verdes, cheio de espécies de árvores, bananeiras, laranjeitas, cana-de-açúcar, flores, montes, animais, lagos...Tudo tão lindo! Era como se cada vez tivesse mais certeza de como Deus é perfeito em cada detalhe. A vida mostrando a beleza em sua simplicidade! Lembrei dos quadros que já vi com imagens do campo, mas ali era real! Fascinei-me! Era uma beleza diferente das que estava acostumada, afinal pra quem vive em plena cidade cheia de carros e prédios pra todos os lados a imagem do campo era de se encantar! Chego na minha cidade às 14hs, de volta pras fumaças, engarrafamentos, calor infernal, corpo cansado, sono batendo, querendo descanço. Viagem curta, porém cansativa. Viagem cheia de contrastes, porém encantadora. Mais uma lembrança pra se guardar! Então, chegou a hora de voltar para a rotina!

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